Riograndenser Hunsrückisch / Hunsriqueano Riograndense é o nome da variante brasileira do alemão com o maior número de falantes (possivelmente um quarto dos habitantes do estado do Rio Grande do Sul)

Três línguas são reconhecidas pelo Iphan como Referência Cultural Brasileira

11/11/2014
diversidade linguistica

As línguas serão apresentadas em encontro ibero-americano que vai debater políticas públicas para a preservação da diversidade linguística.

Talian, Asurini do Trocará e Guarani Mbya são as primeiras línguas reconhecidas como Referência Cultural Brasileira pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e que agora passam a fazer parte do Inventário Nacional da Diversidade Linguística (INDL), conforme dispõe o Decreto 7387/2010. Essas línguas e os representantes de suas comunidades serão homenageados durante o Seminário Ibero-americano de Diversidade Linguística que vai acontecer em Foz do Iguaçu (PR), entre os dias 17 e 20 de novembro.

O Talian é utilizada por uma parte da comunidade de imigração italiana, na Região Sul do Brasil, sobretudo nos estados do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina. A língua é falada desde que os italianos começaram a chegar ao país, no final do século XIX. Há municípios desses estados nos quais o Talian é língua co-oficial. Ou seja, detém relevância tanto quanto a língua portuguesa.

Asurini do Trocará ou Asurini do Tocantins é a língua falada pelo povo indígena Asurini, que vivem as margens do Rio Tocantins, no município de Tucuruí (PA). A língua pertence à família linguística Tupi-Guarani.

Guarani Mbya é uma das três variedades modernas da Língua Guarani, juntamente com o Nhandeva ou Ava Guarani e o Kaiowa. A língua Guarani Mbya é uma das línguas indígenas faladas no Brasil, ocupando uma grande faixa do litoral que vai do Espírito Santo ao Rio Grande do Sul, além da fronteira entre Brasil, Bolívia, Paraguai e Argentina. Os Guarani representam uma das maiores populações indígenas do Brasil. Estão distribuídos por diversas comunidades.

Seminário Ibero-americano de Diversidade Linguística
O evento vai discutir políticas públicas para a preservação e promoção da diversidade linguística dos países Ibero-americanos. O objetivo do encontro é possibilitar a reflexão sobre as experiências e iniciativas desenvolvidas pelos países, como a política brasileira para a diversidade linguística, além de propiciar um espaço de levantamento, sistematização e análise de experiências e iniciativas voltadas à promoção do espanhol e do português como segundas línguas dos países Ibero-americanos, assim como nos Estados Unidos, Canadá, Caribe e África Lusófona.

Durante o Seminário vão ocorrer ainda os seguintes eventos: Encontro de Autoridades Ibero-Americanas sobre Políticas Públicas para a Diversidade Linguística, reunindo representantes de todos os países que integram a comunidade ibero-americana, e o Fórum Línguas, Culturas e Sociedades, organizado pela Universidade Federal da Integração Latino-Americana (UNILA).

O evento é uma parceria do Iphan e do Ministério da Cultura com a Universidade Federal da Integração Latino-Americana (UNILA). Essa é primeira edição do encontro. A cidade de Foz do Iguaçu foi escolhida para sediar o evento por estar na fronteira do território linguístico do português, espanhol e das línguas minoritárias faladas no espaço ibero-americano.

INDL
Para que uma língua seja reconhecida e passe a fazer parte do Inventário Nacional da Diversidade Linguística (INDL) ela precisa ser falada em território nacional há, pelo menos, três gerações, o marco temporal é em torno de 75 anos. O objetivo do Inventário é associar a expressão linguística à sua comunidade de referência e valorizar a expressão enquanto aspecto relevante do patrimônio cultural brasileiro.

Para fazer é solicitação, é necessário que a comunidade encaminhe o pedido de inclusão no INDL para o Iphan. O pedido é analisado por uma comissão técnica formada por representantes dos seguintes ministérios: Ministério da Cultura, Educação, Ciência Tecnologia e Inovação, Justiça e Planejamento. Se esses representantes decidirem pelo reconhecimento, o processo segue para a sanção da Ministra da Cultura.

Acesse o site para mais informações sobre o Seminário: http://diversidadelinguistica.cultura.gov.br/

Serviço:
Seminário de diversidade linguística – Ibero-americana
Data: 17 a 20 de novembro de 2014
Local: Foz do Iguaçu (PR)
Informações: http://diversidadelinguistica.cultura.gov.br/

Assessoria de Comunicação Iphan
comunicacao@iphan.gov.br
Adélia Soares – adelia.soares@iphan.gov.br
Isadora Fonseca – isadora.fonseca@iphan.gov.br
(61) 2024-5479/ 9381-7543
www.iphan.gov.br
www.facebook.com/IphanGovBr | www.twitter.com/IphanGovBr
www.youtube.com/IphanGovBr

FONTE (Zitatquell):
http://tinyurl.com/pd6j57f

Paul Beppler
Riograndenser Hunsrückisch
Facebook Community Admin.
22. Oktober 2014
Seattle, WA – USA.

Screen Shot 2014-01-29 at 12.07.28 AM

O Império do Brasil promoveu a imigração alemã no Século 19 e esta canção-propaganda foi ouvida por toda a região do Hunsrück e suas redondezas:

Screen Shot 2014-03-05 at 9.21.18 AMAbschied der Auswanderer von ihrer Heimat (1846) von Karl Wilhelm Hübner (1814-1879).

Werbelied zur Auswanderung nach Brasilien

(in der Mitte des 19. Jahrhunderts im Hunsrück zur Drehorgel auf den Dörfen gesungen)

Hannes, nach Brasilien ziehn
Übermorgen all wir hin.
Sag es auch der Hannes-Gret
Sonst kommt sie am Ende zu spät.
Vergesse nicht die Krischels Baas
Aus der krummen Buckelsgaas
Und der Mattes von der Lay
Ist mit Euch so gern dabei.
Kommt mit mir, es ist noch Zeit,
Holland hält das Schiff bereit.
Hannes, Hannes zieh mit mir,
Nach Brasilien wandern wir
In das Land so riesengroß,
Und jeden Tag schlacht man ein Schwein
Und trinkt dabei den besten Wein.
Für Pfoten, Leber, Scheineköpf
Sind viel zu klein die vielen Töpf.
Drum Hannes, Hannes säume nicht,
Das Schiff in Holland wartet nicht.
Man schafft nicht dort um knappen Sold,
Die Erde strotzet vor lauter Gold
Es ist ein Stück vom Paradies,
Das Gott den armen Menschen ließ,
Die täglich flehn in tiefer Not
Um ein kärglich Stücklein Brot.
Dort gibt es keine Sorgenlast,
und jeder findet Ruh und Rast.
Oh Hannes, Hannes, säume nicht.

Quell: Facebook
Wolfgang Schubert
Vielen Dank, Herr Schubert!

Paul Beppler
Riograndenser Hunsrückisch
Facebook Community Admin.
22. Oktober 2014
Seattle, WA – USA.

Screen Shot 2014-01-29 at 12.07.28 AM

Minderheitensprachen
und der Staat

Screen Shot 2014-08-22 at 12.20.57 AM

Para o resgate e proteção da nossa língua materna:

É preciso que seja iniciado um projeto a nível estadual (possivelmente coordenado com outros estados) para sistematicamente colocar placas-de-rua oficiais bilíngues nas zonas históricas da língua alemã no Rio Grande do Sul. Devolver a língua à visibilidade, à vida pública especial e especificamente pelo governo é tanto justo como urgente – inquestionavelmente é preciso reverter este triste quadro de termos uma língua regional prestes a completar duzentos anos de existência, porém classificada pelos mais importantes e sérios órgãos internacionais de monitoramento de idiomas em perigo de extinção como uma língua marcada para morrer.

Linguicídio vai contra muitos dos tratados internacionais firmados pelo Brasil. Mas esse tipo de coisa não se leva a sério em nosso país – quando algum grupo minoritário se auto-identifica, se levanta para exigir direitos, a primeira coisa que passa na cabeça da maioria das pessoas é desqualificar, desfazer, desconstruir a identidade do outro. O Estado reprimiu, passou da hora dele se redimir.

No sul do Brasil se encontra a única população do mundo que tem a língua alemã como língua materna, a qual é, como um todo, em sua maioria, analfabeta em sua própria língua de berço – resultado direto das políticas linguísticas desumanizadoras de nosso Estado; e pessoas falantes dessa língua frequentemente são tratadas como “burras” por isso; e infelizmente, com o tempo, conforme pode ser facilmente constatado, passaram a acreditar elas mesmas nas postulações firmemente fundamentadas em preconceito e ignorância … tipo que sua língua é errada, vulgar, ignorante, que nem mais alemão é, que nem se qualifica como língua, é uma mistureba, nem patuá é, quer dizer, seus falantes só emitem sons de barr-barr-barr entre sí, feito bichos … Ora, não é de surpreender que tais vítimas passassem a exibir um profundo desdém para com aquelas coisas que as identificam, como por exemplo a língua da sua Mama.

As políticas públicas do Estado brasileiro sim foram desumanas, visando o explícito extermínio de um falar ancestral que faz parte integral dos processos colonizadores do Império do Brasil. Depois da repressão Estatal de Vargas com a Campanha de Nacionalização, tendo arbitrariamente designado culpa coletiva sobre todo um segmento de sua própria população, por anos ficou proibido se alfabetizar milhões de crianças em sua língua materna. A doutrina do monolinguísmo é absurdamente totalitária.

Fico estarrecido como se montam conferências em nosso estado, em universidades ainda, pra discutir, por exemplo como minorias estão utilizando mídias sociais para obterem suas reivindicações históricas … mas de línguas minoritárias do estado, nem um palestrante (em termos de Riograndenser Hunsrückisch penso imediatamente no nome do prof. Dr. Cléo Altenhofen, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul / UFGRS); obviamente não faltam experts do mundo acadêmico, pessoas altamente qualificadas para tratar deste assunto … quer dizer, infelizmente nem dando um toque as pessoas se tocam.

Celebra-se anualmente no mundo inteiro o Dia da Língua Materna, numa tentativa de alertar as pessoas que, assim como a fauna e a flora, em cem anos noventa porcento das línguas menores terão desaparecido pra sempre – enquanto isso talvez até um quarto da população gaúcha fala o dialeto alemão-riograndense com algum grau de fluência, uma língua brasileira sui generis, por vezes perseguida violentamente, outras vezes propositalmente, calculadamente ignorada … ora, numa data dessas o estado inteiro devia celebrar com grandes festejos e programações, produções SOBRE e NAS muitas línguas regionais e minorizadas de nosso estado.

A língua alemã é a segunda língua mais falada do/no Brasil, depois de nossa língua nacional … mas a vasta maioria dos/as brasileiros/as nem sabe disso – em muitos casos nem quer saber. Francamente, é preciso atuar almejando um nível bem mais elevado de relevância do tem sido demonstrado na esfera do bilinguísmo em nosso estado até hoje.

O estado do Rio Grande do Sul devia ter uma Secretaria de Línguas Minoritárias.

Paul Beppler
Riograndenser Hunsrückisch
Facebook Community Admin.
22. Oktober 2014
Seattle, WA – USA.

Screen Shot 2014-01-29 at 12.07.28 AM

Der Wech net gang

Screen Shot 2014-08-13 at 4.43.14 AM

Aus dem Englische
“The Road Not Taken”
von Robert Frost
(“Mountain Interval” / 1916)

Der Wech net gang

Zwooi Weche trennde sich [voar mir] in enem Wald, und Ich –
Ich honn der ene genoohm, wo wenicher getret woar;
Und das hot [für mich] alles gerännert.

[ … ]

Übersetzung von Paul Beppler,
Gemacht am 13. August 2014

Original de Robert Frost:
“The Road Not Taken”
(“Mountain Interval” / 1916)

A estrada que não tomei

Dois caminhos divergentes em um capão, e eu –
Eu tomei aquele que era o menos trilhado,
E foi a decisão que [pra mim] tudo mudou.

[ … ]

Tradução de Paul Beppler
Feita em 13 de agosto de 2014

The Road Not Taken
(“Mountain Interval” / 1916)

Two roads diverged in a wood, and I –
I took the one less traveled by,
And that has made all the difference.

[ … ]

by Robert Frost,
American poet
(1874-1963)

Screen Shot 2014-08-13 at 4.37.30 AM

Paul Beppler
Riograndenser Hunsrückisch
Facebook Community Admin.
Seattle, WA – USA.

Screen Shot 2014-01-29 at 12.07.28 AM

Die Palz

Winzergasse Gleiszelle – Die Pfalz (o Palatinado / the Palatinate). Screen Shot 2014-08-12 at 12.52.00 PMDas dohier ist en Bild von Dr. Manfred Holz (sie Gleiszellen-Gleishorbach / Wikipedia-Deitsch, die Freie Internetz-Enzyklopädie)

IMPRESSÕES DO PALATINADO ANTIGO, REGIÃO LOCALIZADA NO SUDOESTE DA ALEMANHA.

O Palatinado fica junto às regiões do Hesse, Hunsrück, e da vizinha região francesa da Lorena (em alemão Lothringen), do Luxemburgo, onde se falam dialetos alemães que ganham diferentes nomes mas que pertencem ao grupo de falares Westmitteldeutsch (alemão centro-ocidental). Muito embora o luxemburguês (Luxemburguisch em alemão) tenha ganhado o status de língua nacional, muito embora o chamado Lothringisch Platt falado na reigião de Lorena, na França, jamais iria se auto-intitular de “Hunsrückisch”, na prática o dialeto “Hunsrücker Platt” do sudoeste alemão é muito mais do que mutualmente inteligível, de tão próximos e similares que são esses falares. Também houve transplante de dialetos desse tronco germânico para além-mar, dando emergência ao Riograndenser Hunsrückisch ou Hunsriqueano Riograndense no sul do Brasil com cerca de três a quatro milhões de falantes (Atenção: existem outras variantes de alemão no Brasil com um número bem mais baixo de falantes); e similarmente na América do Norte surgiu o chamado Alemão da Pensilvânia ou Pennsylvania Deutsch (Nota: Dialetos muitas vezes tem vários nomes diferentes, e várias grafias divergentes de seu nome, quer dizer bem ao contrário do que ocorre com as imponentes e absolutas línguas dominantes, oficiais, sancionadas pelos seus devidos Estados).

die Pfalz (uff Deitsch/auf Deutsch/em alemão)
o Palatinado (uff Brasilioonisch/auf Portugiesisch/em português)
the Palatinate (uff Englisch/auf Englisch/em inglês).

https://pt.wikipedia.org/wiki/Palatinado

Valeria notar que no dialeto local, pertencente ao tronco Rheinfränkisch a combinação de letras “pf” do alemão-padrão oficial não faz parte – portanto as pessoas da região do Palatinado se referem ao falar em seu dialeto, à “die Palz” em vez de “die Pfalz”; igualmente no que toca o próprio nome do dialeto, o qual é conhecido por todo o país como “Pfälzisch”, porém, ao conversarem entre sí no dialeto local, as pessoas o chamam “Pälzisch”.

Seria importante a gente notar que, em se tratando de dialetos, nem todas as pessoas que residem em e que naturais de regiões da Alemanha onde existem “fortes” dialetos locais, realmente falam essas antigas variantes regionais do idioma alemão (em geral, quanto mais jovem for o indivíduo, mas afastado do dialeto). Sim pois a partir da II Guerra Mundial houve uma forte tendência de padronização da língua, especialmente dada a expansão e disponibilização geral dos meios de comunicação em massa, como a televisão. Porém, hoje em dia a nova onda por toda a União Européia é salvaguardar as línguas menores, reenforçar aspectos das culturas regionais, como as tradições gastronômicas antigas, os idiomas e falares regionais, as expressões folclóricas, etc. Se a fase inicial da expansão dos meios de comunicação em tempos modernos foi detrimental para as línguas e dialetos menores, agora em seu atual estado, nesta grande revolução nos meios de comunicação que estamos vivenciando, onde cada qual pode publicar o que quer, onde pessoas com interesses mútuos podem se agrupar livremente através da internet …. o contrário está acontecendo ultimamente, sendo que esta revolução nos meios de comunicação absolutamente sem precedentes históricos, está de fato permitindo que as pessoas com interesses similares se encontrem e se organizem organicamente … ou seja, ultrapassando os tradicionais “gate keepers” da informação, os controladores e prescritivistas e ditadores de identidades e de gostos e de costumes.

Paul Beppler
Riograndenser Hunsrückisch
Facebook Community Admin.
Seattle, WA – USA.

Screen Shot 2014-01-29 at 12.07.28 AM

Die Ruh …

Wandrers Nachtlied
Johann Wolfgang von Goethe

Üwwich all der Gipple
Ist Ruh,
In alle Wipple
Spearst du,
Kaum en Hauch;
Die Vöchelcher schweiche im Wald.
Woort norre, bald
Ruhst du auch.

Hiedie Üwersetzung/Adaptation ins Riograndenser Hunsrückische
honn ich sellebst, der Beppler Paul, am 12. Aug. 2014, gemacht.

Paul Beppler
Riograndenser Hunsrückisch
Facebook Community Admin.
Seattle, WA – USA.

Screen Shot 2014-01-29 at 12.07.28 AM

Wo sin meine Bücher?

Estaria passando pela tua cabeça algo como:
MINHA NOSSA, CRESCI FALANDO O ALEMÃO MAS NEM SEI COMO SE DIZ CERTAS COISAS BÁSICAS … COMO “JORNAL” NA MINHA PRÓPRIA LÍNGUA.
Vou deixar aqui uma sugestão mata-preguiça pra vocês interessados/as em aprimorar seus conhecimentos linguísticos:
Toda vez que você for procurar uma palavra no dicionário, sempre atente (não precisa memorizar decorado pra ter na ponta da língua … mas ATENTE, OLHE, EMPRESTE UNS SEGUNDOS para perceber como se constroi o plural do mesmo termo, e também, de passagem, como se constroi o feminino dessa palavras.
Aqui daremos uma olhadela em alguns exemplos para ilustrar isto:
o escritor [um homem] | a escritora [uma mulher] | os escritores [dois ou mais homens] | as escritoras [duas ou mais mulheres] | os escritores [um grupo mixto de homens e mulheres … que pode contar com nove mulheres e somente um homem, mas na língua portuguesa, o correto é dizer “os escritores” pois prevalece favorecido sempre a sensibilidade à imagem masculina presente em tal grupo – basicamente a língua em si reflete o chauvinismo sexista incrustrado na sociedade]. Pois bem, vamos lá trocar a coisa em miúdos:
o escritor = der Schriftsteller
os escritores = die Schriftsteller* [dois ou mais homens; ou um grupo mixto de]
a escritora = die Schriftstellerin
as escritoras = die Schriftstellerinnen
http://dict.leo.org/ptde/index_de.html#/search=escritor&searchLoc=0&resultOrder=basic&multiwordShowSingle=on

*Por isto é bom prestar atenção a estas coisas: pois há casos nos quais o plural masculino fica igual ao singular masculino, i.e. vide acima; mas só que isto nem sempre fica desse jeito, deixa eu mostrar pra vocês aqui, por exemplo: “o autor de romances” ou “der Romanautor” no plural http://dict.leo.org/ptde/index_de.html#/search=Romanautor&searchLoc=0&resultOrder=basic&multiwordShowSingle=on fica “die Romanautoren” – terminando com um “en”, ou seja, não é igual ao caso acima, “der Schriftsteller” = o autor e “die Schriftsteller” = “os autores”.

DITO ISSO, preciso falar umas coisas aqui … sim precisamos do alemão padrão para desenvolvermos uma escrita para nossa língua minoritária, não temos outra opção senão nos agarrar-mos ao alemão-standard – para dele subtrair como ficariam as palavras em nosso dialeto … por exemplo, nós sabemos que não se fala “die Lehrerinnen” para “as professoras” no nosso dialeto; mas que a gente diz de fato, no nosso jeito de falar, é “die Lehrerinne”. E só pra pegar o exemplo que dei acima, “die Schriftelerinnen” na nossa fala isto fica “die Schriftstellrinne” … e sim é preciso DEFINIR esses detalhes em uma só fonte, registrar TODAS AS COISAS DESTA NATUREZE em um só livro e/ou website UNIVESALMENTE ACESSÍVEL, DE GRAÇA, SEM ENROLAÇÃO, SEM FICAR PRIMEIRO COLETANDO DADOS PESSOAIS DE NINGUÉM, MAS PENSANDO SOBRETUDO EM AJUDAR A NOSSA LÍNGUA SOBREVIVER, E PARA TAL É FUNDAMENTA ELA GANHAR UMA ESCRITA … e no que se refere ao mundo acadêmico, eu diria isto à academia, olha pessoal, nem adianta muita coisa ficar acumulando estudos e mais estudos que meramente observem e registrem em essays obscuros, que ficam enterrados nos anais da bibliotecas das faculdades … certos pontos da nossa língua, que fiquem registrando seu estado de existência precário como meros/as observadores/as experts para acumular medalhas no seu mundo do saber científico … e sem que seu trabalho se traduza em melhoramentos concretos para esta população linguística. Não é mais novidade, está mais do que sabido que a nossa língua ficará sempre cambaleando junto ao abismo do desaparecimento sem que medidas concretas sejam tomadas HOJE, AGORA, PRA ONTEM para reverter esse estado difícil que resultou de políticas de Estado nefastas em temos ainda bem presentes na consciência, na memória coletica deste corpo de falantes de uma língua classificada como em perigo de extinção. Tem outra, ao conscientizarmo-nos sobre nosso dialeto precisamos nos esforçar para nos desprendermos dos preconceitos contra ele, sejam eles preconceitos internos, internalizados, ou discriminações vindo de fora, prejuízos externos a nós impostos. O preconceito conta a língua impede na prática a busca de saber. O certo mesmo seria campanhas de conscientização. Nos meios de comunicação a gente precisa certos horários reservados ao dialeto falado nas comunidades desde a sua fundação. O sistema escolar também precisa fazer algo. As instituições que se ocupam com a cultura teutobrasileira precisam fazer mais explicitamente no que toca o idioma – especialmente em datas comemorativas.
Sim precisamos, portanto, abservar, atentar, procurar ver e percebera a diferença entre o nosso dialeto Riograndenser Hunsrückisch e o alemão-padrão, justamente como tentei mostrar aqui neste post … sim pois não temos outra opção pois não temos nem um dicionário completo e nem uma gramática abrangente … NÓS SOMOS MILHÕES DE FALANTES DO RIOGRANDENSER HUNSRÜCKISCH MAS NÃO TEMOS UM DICIONÁRIO – espero que vocês se dêem conta do absurdo que éisso, de quão anormal isso é, sim QUE ISTO NÃO É NORMAL!!!! Nem é normal ou aceitável que não tenhamos uma gramática que deixe claro e explicitado as regras que regem a nossa fala regional alemã. Praticamente todo mundo sabe que no Hochdeitsch não se deve, não se pode, ou que seja de forma alguma aceitável construir uma frase como, tipo, esta aqui (mas que isso é perfeitamente corriqueiro na nossa língua):
“Der Peter seine Kinner sin net Heem gang.” (“As crianças do Pedro não foram pra casa”.)
O que no alemão-padrão ficaria algo como: “Peters Kinder sind nicht nach Hause gegangen.”
(Acho que ficou correto, não estou 100% certo disso!).
SE TIVÉSSEMOS UMA GRAMÁTICA, A GENTE IRIA PODER ESCREVER A LÍNGUA DA GENTE COM NORMALIDADE … e vis-à-vis o alemão-standart, ia saber se defender escrevendo também pelo menos num nível basiquinho no Hochdeutsch. O abandono e desdeixe ao qual foi relegad o nosso idioma regional não cansa de me deixar perplexo… Que fique bem claro, não existe seque um argumento convincente ou um argumentinho plausível que possa justificar adequadamente o porquê de não existir uma gramática completa e abrangente que explique como funciona a nossa língua regional, e um dicionário de Hunsrückisch – Hochdeutsch – Português – Espanhol (e conostruído, estruturado em seu design inicial com planos de que futuramente se possa adicionar outros idiomas maiores e menors, o que for).

Paul Beppler
Riograndenser Hunsrückisch Community Admin.
11. August 2014
Seattle, WA – USA.

Screen Shot 2014-01-29 at 12.07.28 AM

Minnerheitsproche • Reschionoolsproche • Línguas minoritárias • Línguas regionais

Jede Tooch - Jeden Tag - Paul Beppler - Riograndenser Hunsrückisch 2014-02-22 at 12.36.11 AM

O ESTUDO DO BILINGUISMO E DA DIGLOSSIA PARA UMA PERSPECTIVA LINGUÍSTICA EDUCATIVA
Franciele Maria Martiny (UNIOESTE)
franmartiny @ hotmail . com 1
Camila Menoncin (UNIOESTE)
kami – menoncin @ hotmail . com 2

RESUMO:
O objetivo deste artigo é mostrar um ponto de vista pluricultural em que os conceitos em torno da diglossia (sob o enfoque do bidialetalismo) e do bilinguismo (sob a abordagem plurilíngue)
sejam tomados como complexos fenômenos linguísticos que abrangem relações sociais e culturais mais amplas. A referida temática poucas vezes é abordada em sala de aula, mesmo em nível superior. Por isso, defende-se a necessidade de rever e refletir sobre ambos os conceitos e com eles trabalhar para que possa haver uma linguística educativa plurilíngue no contexto escolar.
Até porque, um dos problemas observados é em torno das línguas de imigrantes que ainda são ensinadas nas comunidades, tanto ideológica como metodologicamente, como línguas estrangeiras, sem respeitar e tratar os dados sócio-históricos referentes à origem étnica e à hibridização interna dos dialetos com a língua institucionalizada. Situação devida, em grande parte, às políticas linguísticas repressivas e homogeneizadoras ao longo da história linguística do Brasil. A fim de refletir sobre esse cenário, primeiramente, neste estudo, será feito um levantamento bibliográfico acerca dos conceitos de bilinguismo e diglossia, para após, mencionar os contextos linguísticos e sociocultuais de regiões de imigração, propondo, na sequência, dentro da sociolinguística, uma linguística educativa bilíngue que possa contribuir para que, realmente, os direitos linguísticos destes grupos minoritários sejam respeitados.

PALAVRAS-CHAVE: Bilinguismo, diglossia, pluriculturalismo, ensino.

ABSTRACT:
The purpose of this paper is to show a pluricultural point of view in what the concepts around diglossie (on the focus of bidialetalism) and bilingualism (on a plurilingual approach) are
seen as complex linguistic phenomenons that engage wider social and cultural relationships.
The referred thematic is broached few times in the classroom, even in graduation level. Because of it, it is defended the necessity of reviewing and reflecting about both concepts and work with them to make an educative plurilingual linguistic in the school context. Even why, one of the problems observed is about the immigrants languages that are still taught on the communities, as ideologically as methodologically, like foreign languages, without respecting and treating sociohistorial data witch refer to the ethnic origin and the inner hybridization of the dialects with the institutionalized language. Situation under, in great part, the reprehensive and homogenizer linguistic politics through the Brazilian linguistic history.
To reflect about this scenery, first, in this research, it is going to be made a bibliographic survey about the concepts of bilingualism and diglossie to, after that, mention the linguistic and sociocultural contexts from immigration regions, proposing, on the sequence, inside the sociolinguistic, a bilingual educative linguistic which can contribute to, actually, the linguistic rights of these minority groups be respected.

KEYWORDS: Bilingualism, Diglossie, Pluriculturalism, Teaching.

1 Aluna do Doutorado do Curso de Pós – Graduação Stricto Sensu em Letras – nível de Mestrado e Doutorado, da Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste), bolsista da CAPES. Orientada pela Profa. Dra. Clarice Nadir von Borstel.
2 Aluna do Mestrado do Curso de Pós – Graduação Stricto Sensu em Letras – nível de Mestrado e Doutorado, da Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste).
Orientada pela Profa. Dra. Clarice Nadir von Borstel.

INTRODUÇÃO

Os estudos em torno da língua/linguagem estão – e sempre estiveram – relacionados a concepções teóricas que refletem a forma de pensar de uma determinada sociedade ou grupo, ao longo do percurso da história da pesquisa científica.
Nesse sentido, é necessário mencionar os vários conceitos que são teorizados, reformulados e reconstruídos devido à própria dinâmica e natureza da pesquisa. Até porque, dentro do meio científico, não é mais possível afirmar que um estudo está concluído, fechado e solucionado. Acredita-se, portanto, que sempre há e haverá novas maneiras de se analisar cientificamente um f
enômeno e propor novos olhares e posicionamentos.

Nos estudos linguísticos a situação não é diferente. Do estudo imanente, proposto primeiramente por Saussure, ao estudo discursivo e a diversidade linguística, mostrado sob uma abordagem sociolinguística, são várias as teorias que envolvem as pesquisas em torno da língua/linguagem e sua relação com aspectos extra linguísticos que foram desconsiderados, em muitos momentos, como aconteceu na abordagem dada por certos grupos intelectuais e gramáticos que caracterizam as variações linguísticas como não favoráveis ao ensino.

Desta forma, as línguas de imigrantes ainda são ensinadas, nas comunidades, tanto ideológica como metodologicamente como línguas estrangeiras, sem respeitar e tratar dos dados sócio-históricos, da origem étnicas e da hibridização interna dos dialetos com a língua institucionalizada, esses aspectos se evidenciaram quando os imigrantes vieram para o Brasil, formando pequenos grupos de origem étnicas de várias regiões dos países de origem, mesclando fatores linguísticos (dialetais) e sociocultuais (hábitos, costumes, vestimentas, alimentação e religião).

Portanto, neste estudo, quer-se mostrar um ponto de vista pluricultural em que os conceitos trabalhados em torno da diglossia (sob o enfoque do bidialetalismo) e do bilinguismo (sob a abordagem plurilíngue) sejam tomados como complexos fenômenos linguísticos que abrangem relações sociais e culturais mais amplas. A temática aparece timidamente em estudos acadêmicos e, raras vezes, é abordada em sala de aula, mesmo em nível superior. Por isso, a necessidade de rever e refletir sobre ambos os conceitos e com eles trabalhar no processo de uma linguística educativa plurilíngue no contexto escolar.

O mito do monolinguismo e as políticas linguísticas

Embora tenha havido ações coercitivas, ao longo da história linguística do país, por parte do Estado Português e, na sequência, pelo Estado Brasileiro, para a proibição das línguas autóctones e alóctones, o Brasil ainda se destaca como um país multilíngue e pluricultural.

Sabe-se que a maior parte da história linguística do país foi marcada pelas ações coibitivas que negligenciaram o multilinguismo brasileiro em busca de um país monolíngue (BORTONI-RICARDO, 2004).

Destarte, Maher (2006) mostra que o mito do monolinguismo, historicamente, consolida-se a partir da Revolução Francesa, quando aparece o conceito de Estado-Nação. Nesse período, portanto,

[…] o lema seguido foi “unidade é igual a uniformidade”. Para se ter um Estado, uma unidade política, seria preciso garantir uniformidade linguística e cultural no interior de seu território. E, assim, a aversão à diversidade linguística vai se consolidando na história. Firma-se, pouco a pouco, a noção de que o plurilinguismo seria algo nefasto, ruim, uma condição a ser combatida: o projeto de modernidade insiste na necessidade de tornar o Estado homogêneo – uma língua, uma cultura, uma religião – para garantir a continuidade da ideia de nação constituída (MAHER, 2006, p.31).

A partir disso, constroem – se alguns dos mitos que ancoram a ideologia do monolinguismo e do monoculturalismo tidos, dessa forma, como expressões de uma civilização progredida, sendo requisitos indispensáveis para a construção dos Estados Nacionais (HAMEL, 1995). Ao mesmo tempo, propiciam políticas que buscam sustentar esse cenário.

Constatam-se os, portanto, os efeitos que as políticas linguísticas coercitivas e excludentes tiveram em várias nações, evidenciando os interesses políticos, econômicos , ideológicos e sociais contidos nelas, proporcionando a desigualdade linguística e socio cultural.

Mesmo assim, o Brasil, atualmente, como os demais países do mundo, é considerado plurilíngue. Estima-se que exista no país em torno de 170 línguas indígenas, além de cerca de outras 30 comunidades de imigrantes (alemãs, italianas, polonesas, japonesas, ucranianas, árabes, chinesas, entre outras). Além disso, há a língua brasileira de sinais, LIBRAS, utilizada por toda a comunidade surda do país e também por ouvintes que convivem e comunicam-se com surdos.

No entanto, a penas em 1988 a Constituição Brasileira reconheceu o Brasil como plurilíngue, ainda faltando políticas linguísticas de reconhecimento e de resgate/preservação para que muitas línguas não desapare çam como aconteceu com a maior parte das línguas indígenas no país.

Nesse sentido, Oliveira (2003), Savedra (2003), entre outros estudiosos desta área, mencionam a necessidade da definição de uma política linguística brasileira que abranja as situações de bilinguismo decorrentes de movimentos migratórios, bem como de situações de fronteira.

Sobre o que prevê a Constituição em torno da situação do bilinguismo e das políticas linguísticas, Savedra cita que:

a) a Constuição atual em seus artigos 215 e 216 admite que o Brasil é um país pluricultural e multilíngüe; b) no Brasil coexiste um grande número de línguas de imigrantes; c) para integração cultural e lingüística das comunidades de imigrantes no território nacional pouco foi feito e ainda persiste o desprezo por minorias lingüísticas, revelando a discriminação legal para as comunidades de língua materna não portuguesa; d) a pluralidade lingüística no Brasil delineia situações diversas de bilingüismo e multilingüismo e somente a educação indígena está contemplada com propostas curriculares de educação bilíngüe na Lei de Diretrizes e Bases (LDB) de 1996 (SAVEDRA, 2003, p. 40).

Todavia, faltam às línguas de imigração voz e visibilidade para serem incluídas nos diálogos sobre o ensino de línguas, ampliando a discussão em torno dos conceitos de bilinguismo, diglossia e os fenômenos de alternância de código face às diferenças encontradas ao longo da convivência do português com as línguas minoritárias.

Cavalcanti (1999) defende a inconformidade da política linguística brasileira pela falta de observação da realidade plurilíngue e multicultural do país.
Para a autora,

Isso talvez aconteça, porque, em primeiro lugar, existe um mito de monolingüismo no país (Bortoni, 1984, Cavalcanti, 1996, Bagno, 1999). Esse mito é eficaz para apagar as minorias, isto é, as nações indígenas, as comunidades imigrantes e, por extensão, as maiorias tratadas como minorias, ou seja, as comunidades falantes de variedades desprestigiadas do português.
Em segundo lugar, uma das razões para essa estranheza pode ser decorrente de o bilingüismo estar estereotipicamente relacionado às línguas de prestígio no que se convencionou denomi
nar bilingüismo de elite. Em terceiro lugar, esses contextos bilíngües de minorias são (tornados) invisíveis
(CAVALCANTI, 1999, p. 387).

Nesse sentido, há muito ainda a ser estudado e evidenciado em torno das questões linguísticas que envolvem situações de conflitos e ideológicas que extrapolam o sistema interna da língua.

Do falante ideal ao falante real: questões em torno do bilinguismo
Como já mencionado, praticamente em todos os países coexistiram – e coexistem – várias línguas. Situação mencionada por Calvet, quando o autor trata que

Há na superfície do globo entre 4.000 e 5.000 línguas diferentes e cerca de 150 países. Um cálculo simples nos mostra que haveria teoricamente cerca de 30 línguas por país. Como a realidade não é sistemática a esse ponto (alguns países têm menos línguas, outros, muitas mais), torna-se evidente que o mundo é plurilíngue em cada um de seus pontos e que as comunidades linguísticas se costeiam, se superpõem continuamente (CALVET, 2002, p.35).

Dessa forma, ao longo do tempo e da história das línguas, pode-se notar que os falantes tiveram contatos com as mais diversificadas realidades linguísticas.

Porém, foi apenas a partir do século XX que o conceito de bilinguismo se tornou cada vez mais amplo e complexo, não havendo até a atualidade uma concordância entre

[ LEIA O TEXTO ORIGINAL COMPLETO AQUI NESTE LINK –> http://www.sociodialeto.com.br/edicoes/16/10012014015013.pdf < -- FULL ORIGINAL TEXT HERE ] Considerações finais Como a diversidade nas línguas é um fenômeno sempre presente tanto no contexto brasileiro como no exterior, discussões acerca dos conceitos que norteiam as pesquisas linguísticas e o trabalho na sala de aula devem sempre ser realizadas com o intuito de entender e abarcar melhor as questões linguísticas que vão surgindo na medida em que o mundo vai mudando. Por meio dos estudos realizados neste estudo, com relação às conceituações de bilinguismo e de diglossia sob a abordagem de estudos sociolinguísticos, houve a possibilidade de perceber que os autores estão cada vez mais preocupados em também colocar em evidência aqueles falantes que não são falantes de línguas de prestígio, desconstruindo visões que acabavam por excluir certos falantes que nada tinham de inferior em relação a outros. Enfim, os conceitos e as visões que são tomadas como ponto de partida para qualquer pesquisador, nunca devem ser vistos por estes como os únicos, os melhores ou os últimos. É por vezes necessário refletir mais sobre os mesmos, relacionando-os com a realidade social e cultural da comunidade e dos sujeitos pesquisados. Na análise dos dois contextos mencionados, percebeu-se que não há respaldo nas escolas para que contextos de bilinguismo e de diglossia que envolvem línguas minoritárias sejam trabalhados, para que sejam evitados preconceitos linguísticos e os mitos em torno destas línguas, bem como sua manutenção e valorização. Constata-se, portanto, que as línguas de imigrantes vêm desaparecendo cada vez mais de geração em geração sem que os falantes mais jovens tenham noção da riqueza linguística e cultural que estão perdendo. Defende-se que são necessárias políticas que tenham como objetivo dar maior visibilidade a essas línguas passando ao letramento das crianças tanto na língua portuguesa quanto na língua de herança que aprendem em casa ao invés de utilizar a língua portuguesa em detrimento das demais. [ Veja a seção de REFERÊNCIAS do TEXTO ORIGINAL aqui neste link --> http://www.sociodialeto.com.br/edicoes/16/10012014015013.pdf <-- see the Original texts' REFERENCES Section ] Web-R e v i s t a S O C I O D I A L E T O • w w w . s o c i o d i a l e t o . c o m . b r Bacharelado e Licenciatura em Letras • UEMS/Campo Grande M e s t r a d o e m L e t r a s • U E M S / C a m p o G r a n d e I S S N : 2 1 7 8-1 4 8 6 • V o l u m e 4 • N ú m e r o 1 1 • N o v e m b r o 2 0 1 3

Sprech! Chprech! orrer Xpreh! ?

P1040086Sprech! Chprech! orrer Xpreh! ?

O surgimento de uma escrita para o nosso Alemão Riograndense / Riograndenser Hunsrückisch irá ocorrer de forma natural e bem orgânica … e assim, esforços serão naturalmente selecionados e ou descartados, uma por serem úteis, outra por se traduzirem em obstáculos.

A palavra “jardim” tem uma versão bem particular e bem forte em nosso dialeto, um tanto distintamente apartada da pronúncia e, portanto, da grafia do termo correspondente no alemão padrão – e porque não comparar também com idiomas “irmãos”, como o inglês …

No português/uff Brasilioonisch: o jardim
No alemão-standard ou padrão / uff Hochdeitsch: der Garten
No inglês: the garden
No alemão riograndense/ uff Riograndenser Hunsrückisch: der Goorde (que bem que poderia ser grafado “tê códã”, conforme o português).

Aqui é bem importante que você entenda uma dinâmica básica prevalente no contexto histórico da língua alemã, onde se escreveu o dialeto oficial confeccionado por Martinho Lutero, enquando que, num sistema de diglocia, cada região continuou “falando” informalmente de seu jeito. Este elo foi quebrado no sul do Brasil pelo Estado Brasileiro que forçou em termos gerais um factual analfabetismo generalizado em sua população de língua alemã.

Como resultado, as pessoas passaram a utlizar-se da língua portuguesa para a escrita, ficando o dialeto alemão somente uma língua falada, digamos tecnicamente, ela permaneceu mas como uma língua ágrafa, figurativamente falando, órfã de uma escrita germânica correspondente.

Agora estão surgindo propostas para que esse dialeto Riograndenser Hunsrückisch ganhe uma escrita própria, uma escrita que reflita particularidades como terminologia emprestada do português, e mesmo a construção de frases (construções correntes que são simplesmente inaceitáveis no alemão-padrão) que já existiram no sudoeste da Alemanha na época do início da imigração quase dois séculos atrás, e que existe ainda hoje nos dialetos como o Pfälzisch, Hessisch, Saarländisch, Hunsrücker Platt, e outros do mesmo tronco franco (Rheinfränkisch bem como Moselfränkisch, cortado pela famosa e histórica linha linguística DAS/DAT [esta linha tem vários nomes]).

As propostas de uma escrita para o dialeto Riograndenser Hunsrückisch em particular basicamente se dividem em dois tipos de proposta – uma prima pelo isolamento da população germano-falante do sul do Brasil, a outra por uma permanência e interatividade com o mundo germanófono. Na minha opinião as propostas baseadas em uma grafia que na prática se aparta e se isola do mundo teutófono estão fadadas ao desaparecimento, em um contexto histórico elas desaparecerão como tentativas excêntricas atraentes especialmente aos olhos de formadores de opinião fortemente influenciados por ideologias proselitistas.

A grande atual revolução sem precedentes nos meios de comunicação que permite a interação como jamais na história da humanidade irá tomar conta de uma forma bastante “seamless” (um termo do inglês) desse desafio.

Gostou do assunto? Não deixe de ler este importantíssimo documento:
“Fundamentos para uma escrita do Hunsrückisch falado no Brasil” por
Cléo V. Altenhofen, Jaqueline Frey, Maria Lidiani Käfer, Mário S. Klassmann, Gerson R. Neumann, Karen Pupp Spinassé

Fundamentos para uma escrita do Hunsrückisch falado no Brasil

-Paul Beppler / Riograndenser Hunsrückisch Community Admin.

IMG_0206

P1040125

P1040033

P1030992

Tante Iria Welter sprecht Hunsriggisch Deitsch

Tante Iria Welter sprecht Riograndenser Hunsrückisch (Hunsriggisch Platt Deitsch) in Roque Gonzales, RS – Brasilien.

IMG_7077

Screen Shot 2014-02-21 at 9.44.45 AM

IMG_7096

P1030988 Screen Shot 2013-08-12 at 6.44.08 PM

Paul Beppler / Riograndenser Hunsrückisch Community Admin.
7. August 2014
Seattle, WA – USA.

Screen Shot 2014-01-29 at 12.07.28 AM

So tun mir verzähle …

BRASIL: NAÇÃO MONOLÍNGUE?

Claudia Gomes Paiva

“Na lingüística, o real é sempre individual e sempre em situação, determinado por coordenadas temporais, espaciais e sociais. Dentro deste espírito, poderia se dizer que a língua não existe, mas que só existem indivíduos que falam!”

(Jean-Claude Corbeil)

“Só há uma escolha possível para o Estado que deseje atenuar as tensões ligadas à realidade lingüística de nossa época: reduzir as desigualdades sociais na esperança de, com isso, conseguir diminuir as discriminações ocasionadas pelo uso legítimo da língua.”

Screen Shot 2014-01-29 at 12.07.28 AM

Preliminarmente…

Como a maioria dos países — 94% deles —, o Brasil é uma nação plurilíngüe. Embora, através dos tempos, tenha prevalecido o senso comum de que o país apresenta uma impressionante homogeneidade idiomática — construída em torno da língua portuguesa —, contamos hoje com cerca de 210 idiomas espalhados em nosso território (OLIVEIRA, 2003).

De fato, as mais de 180 línguas indígenas (nheengatu, guarani, tikuna, yanomami, kaingang, …) e 30 línguas de imigração (alemão, italiano, japonês, pomerano, talian e hunsrückisch, esses dois últimos, respectivamente, variantes do italiano e do alemão) emprestam à identidade brasileira um colorido multicultural, apesar das históricas e repetidas investidas contra essas minorias sob a justificativa de busca e manutenção de um Estado homogêneo e coeso.

Há que se mencionar ainda as línguas afro-brasileiras (faladas nas comunidades quilombolas), os falares fronteiriços (língua crioula falada no limite da Guiana francesa) e as línguas de sinais das comunidades surdas, além das variantes dialetais da língua portuguesa, que não se configura homogênea como querem fazer parecer as gramáticas normativas.

Posta a diversidade lingüística brasileira, infelizmente há uma imprecisão quanto ao número de falantes de cada língua, uma vez que apenas dois censos — o de 1940 e o de 1950 — “se interessaram por perguntar qual língua os brasileiros usavam no lar, e se sabiam falar português” (OLIVEIRA, 2003, p. 88). De todo modo, a ausência de tais dados não justifica a continuidade de uma postura de indiferença para com as línguas faladas no Brasil, como se não integrassem o patrimônio cultural nacional.

Mas, afinal, qual é o papel da língua portuguesa nesse contexto? Postula-se aqui a ditadura das minorias, mediante o desprezo da língua numericamente majoritária e a concessão de privilégios às línguas minoritárias? É evidente que não!

Tenhamos em mente alguns conceitos fundadores. Calvet (2007, p. 80) distingue língua oficial, que é a língua do Estado, de língua nacional, que se aplica a todas as línguas de um país. Para ele, todo cidadão tem direito à língua do Estado, sob as formas de alfabetização, de educação formal. Contudo, também tem direito à sua língua materna, o que, é claro, contempla todas as minorias.

Philippe Barbaud (2001), ao discutir minuciosamente o trocadilho. que dá nome a um de seus artigos — o binômio “língua do Estado” e “estado da língua” —,vê, no primeiro, uma fórmula descritiva detentora do poder de realizar a generalização da maioria dos usos governados pela norma lingüística e, no segundo, os desempenhos de cada falante. Assim, cabe: 1) ao Estado, como depositário principal da língua oficial, não usurpar o poder que tal papel lhe confere em sociedade; e 2) ao falante, como depositário do estado da língua, o dever de se tornar acionário da língua do Estado.

No presente momento histórico, em que se celebram os vinte anos da Constituição Federal brasileira, é preciso rever, pelo menos em questões de língua, alguns postulados nela inscritos, de modo a alcançar, de verdade, os propósitos de democracia e de respeito aos direitos do cidadão brasileiro.

Essas primeiras reflexões apontam para a urgente necessidade da adoção de políticas públicas que, efetivamente, contemplem os direitos lingüísticos de cada cidadão, independentemente de qual seja sua língua materna, tendo em vista o mosaico de realidade vária que constitui o panorama lingüístico brasileiro.

I. Regulação lingüística

De acordo com Corbeil (2001), regulação lingüística é o fenômeno pelo qual os comportamentos lingüísticos de cada membro de um grupo ou de um subgrupo são moldados sob a influência de forças sociais que emanam desse mesmo grupo ou de seus subgrupos (especialmente aqueles controladores das instituições). Trata-se, pois, de uma forma particular do fenômeno global de padronização de comportamentos individuais, elemento essencial no processo de formação/continuidade cultural.

Nesse contexto, pelo menos três forças sociais concorrem para a regulação lingüística: a) a aprendizagem da língua como modelo real de comportamento lingüístico; b) a influência das comunicações institucionalizadas; e c) o aparato de descrição lingüística. Tais forças correspondem, respectivamente, ao aprendizado da língua materna, à força normatizadora dos textos oficiais e aos resultados dos estudos relacionados à língua.

Segundo Calvet (2007, p. 11), embora os mecanismos desse processo de regulação constituam práticas antigas, têm sido englobados por nomenclatura recente. Assim, temos o conceito de política lingüística, que trata da adoção de importantes decisões relativas à relação entre a língua e a sociedade, e o de planejamento lingüístico, que se refere à implementação dessas decisões. Em outras palavras, considerada não satisfatória uma situação sociolingüística inicial (que o autor chama de Si), propõe-se a situação que se deseja alcançar (S2). Desse modo, a política lingüística residirá na definição das diferenças entre Si e S2, e o planejamento lingüístico responderá pelas estratégias por meio das quais se deverá passar de Si para S2.

Para a elaboração de um modelo de política lingüística, Calvet (2007, p. 58) propõe o levantamento de alguns fatores:

1. Dados quantitativos: quantas línguas e quantos falantes para cada uma delas.
2. Dados jurídicos: status das línguas em contato, reconhecidas ou não pela Constituição, utilizadas ou não na mídia, no ensino etc.
3. Dados funcionais: línguas veiculares (e sua taxa de veicularidade), línguas transnacionais (faladas em diferentes países fronteiriços); línguas gregárias, línguas de uso religioso etc.
4. Dados diacrônicos: expansão das línguas, taxa de transmissão de uma geração a outra etc.
5. Dados simbólicos: prestígio das línguas em contato, sentimentos lingüísticos, estratégias de comunicação etc.
6. Dados conflituais: tipos de relações entre as línguas, complementaridade funcional ou concorrência etc.

Como um dos principais mecanismos de planejamento lingüístico, o ordenamento legal de um país vem emprestar legitimidade a ações nessa área, descaracterizando tentativas que não se coadunem com o projeto do Estado.

Assim é que, ao adotar uma língua como oficial por meio de lei, uma nação plurilíngüe está não apenas normatizando o assunto, mas sobretudo explicitando uma escolha política que, ao oferecer variados graus de reconhecimento das línguas, visa a contemplar os interesses dos grupos detentores do poder.

Calvet assevera ainda que “na política lingüística há também política” e que “as intervenções na língua ou nas línguas têm um caráter eminentemente social e político. Mas isso nos lembra igualmente que, se as ciências raramente estão ao abrigo de contaminações ideológicas, a política e o planejamento lingüístico não escapam à regra” (2007, p. 36; destaques do autor).

De outro ângulo, com base no relato do quanto envolve ambigüidade a conceituação de língua, dialeto e nação, especialmente ao se contemplar a retrospectiva histórica da terminologia, Haugen (2001) reitera a impossibilidade, ou melhor, a dificuldade em fazê-lo, empreitada teórica que leva a confusão e superposição. Tendo o grego como modelo, este abarcava um conjunto de normas escritas distintas, mas aparentadas, conhecidas como dialetos. Língua, então, fixa-se como hiperônimo de dialeto e, por serem ciclicamente aplicáveis, um e outro implicam duas dimensões inerentes aos vários empregos intercambiantes: estrutural, em termos de relação genética, e funcional, relativa ao uso.

O autor amplia o espectro de análise ao introduzir/correlacionar o conceito de nação, que implica a busca inegociável de uma unidade política, social e lingüística, reiterando, quanto à última, que, enquanto a fala é de vital importância em qualquer sociedade, é pela escrita que se consolidam tanto sua permanência quanto as relações de poder. Assim, o contexto social, amplo palco das lutas de poder, é que determinará a escolha de um de vários dialetos, sua imposição como língua, sua utilização como norma-padrão, satisfeita a condição de adequação às necessidades da sociedade como um todo. Especialmente importante é considerar que os critérios eleitos atenderão ao intuito de fixação do status social, uma vez que língua-padrão e nação implicam, intrínseca e irremediavelmente, poder e posição social.

Como se vê, questões de língua não se dissociam de determinantes sociopolíticas. Quando uma nação que abriga mais de um idioma em seu território se movimenta pela adoção de apenas um em caráter oficial, ela parece estabelecer as bases da sonhada unificação nacional, situação defendida com fervor e que se justifica pela garantia de não esfacelamento, de manutenção do status quo. Contudo, é preciso lembrar que tal postura deixa os falantes dos demais idiomas em situação de desabrigo e, pior, de estigmatização.

II. Histórico do monolingüismo(?)[1] brasileiro

Mediante rápido cotejo de fatos históricos e de legislação específica relacionados às línguas faladas no Brasil desde seu descobrimento, serão aqui pontuadas as ações referentes ao projeto de estabelecimento de uma apenas almejada realidade monolíngüe.

Ao considerarmos a questão do idioma, precisamos lembrar que, quando os portugueses aqui chegaram em 1500, encontraram os habitantes nativos que, certamente, não falavam a língua portuguesa. O colonizador, com tudo o que essa postura traz a reboque, a fim de provar seu poder, buscou imprimir sua identidade sobre a colônia não apenas pelo mérito da força da conquista, mas também pelo subjugar da(s) cultura(s) local(is) por meio da imposição de seu idioma como marca do conquistador. (Talvez aí resida o nascedouro da falácia acerca da homogeneidade lingüística brasileira, abrandada na idéia de que o Brasil constitui “uma unidade na diversidade”).

Contudo, a língua portuguesa não se tornou, de pronto, a língua mais falada no Brasil. Na verdade, primeiramente firmou-se a hegemonia da “língua geral”, uma língua de contato que se estabeleceu entre os falares indígenas e o português — utilizada não apenas pelos índios, mas também pelos portugueses e escravos — e que prevaleceu até o século XVIII, quando se tornaram obrigatórios o uso e o ensino da língua do colonizador.

O português, firmado especialmente nos documentos oficiais, não encontrava espaço ante a hegemonia da língua geral, falada por todas as camadas sociais (TROUCHE, s/d). Por essa razão, em 3 de maio de 1757, o Marquês de Pombal, por meio do Diretório dos Índios — primeiramente direcionado ao Pará e ao Maranhão, e estendido ao resto do Brasil em 17 de agosto de 1758 —,“instituiu o ensino público, tornou violentamente obrigatório o ensino elementar da língua portuguesa, destruindo línguas e culturas indígenas” (CUNHA, 1985, p. 80).

É importante registrar que o Diretório não cuidava apenas das questões do idioma e, de fato, comportava motivações de ordem política e econômica. Por um lado, a rivalidade da Metrópole para com os jesuítas, que catequizavam os índios na língua geral e sobre eles tinham grande ascendência; por outro, o projeto de reorganizar as bases produtivas da Colônia e de estimular o comércio, para o qual era necessária a cooperação dos índios (que se achavam sob o controle jesuítico aprendendo o “grego da terra”, como registra Cunha, (1985, p. 75). Tanto o quadro era esse que os jesuítas, integrantes da Companhia de Jesus, foram expulsos do Brasil em 1759.

No entanto, não há que nos iludirmos com uma substituição pronta e rápida da língua geral pela língua portuguesa. Na prática, a teoria era outra, uma vez que a língua geral persistia mesmo com a prescrição substitutiva, afinal, é preciso lembrar, as escolas eram praticamente inexistentes (os jesuítas ensinavam os índios reunidos em suas missões) (LESSA, 2002).

No fim do século XIX e início do XX, com o romancista José de Alencar, chega ao ápice a discussão em torno da adoção da “língua brasileira”, tendo em vista o caráter distintivo resultante das várias etnias embasadoras da história da nação brasileira. Viviam-se os dias do Romantismo, quando vigorosamente se explorou a relação entre afirmação da nacionalidade e idioma próprio.

De modo semelhante, no século XX, agora sob os ares do Modernismo, “reacende-se a polêmica em torno da ‘língua brasileira’”, na qual se destaca a intenção do autor Mário de Andrade de produzir uma “gramatiquinha da língua brasileira” (BAGNO, 2002, p. 187).

Mas foi na Era Vargas que a política relativa ao idioma alcançou patamar inaceitável. A nacionalização do ensino patrocinada pelo Governo Federal chegou a criar a figura do “crime idiomático”, a fim de punir as populações imigrantes que insistissem em utilizar seus idiomas maternos em solo brasileiro. De acordo com Oliveira (2001, p. 88):

Durante o Estado Novo, mas sobretudo entre 1941 e 1945, o governo ocupou as escolas comunitárias e as desapropriou, fechou gráficas de jornais em alemão e italiano, perseguiu, prendeu e torturou pessoas simplesmente por falarem suas línguas maternas em público ou mesmo privadamente, dentro de suas casas, instaurando uma atmosfera de terror e vergonha (…)

(…)

O governo de Santa Catarina montou campos de trabalho forçado, sobretudo para descendentes de alemães que insistissem em falar sua língua; a Policia Militar, não só neste estado, prendeu e torturou, obrigou as pessoas a deixar suas casas em determinadas “zonas de segurança nacional”. Mais grave que tudo isso: a escola da “nacionalização” estimulou as crianças a denunciar os pais que falassem alemão ou italiano em casa, criando seqüelas psicológicas insuperáveis para esses cidadãos que, em sua grande maioria, eram e se consideravam brasileiros, embora falando alemão.

Como tratar assim cidadãos cujas etnias desempenharam papel importantíssimo na própria constituição histórica do povo brasileiro? Como tachar cidadãos brasileiros de criminosos com base, única e exclusiva- mente, no idioma empregado até mesmo na intimidade do lar?

Não que o assunto da nacionalização dos imigrantes já não tivesse sido considerado, mas nunca com tamanha truculência. Sabe-se que, desde o início da chegada dos imigrantes, pensava-se em projetos para uma educação em que a língua portuguesa tivesse lugar privilegiado, especialmente nas localidades com níveis mais intensos de imigração (RIBEIRO, 1889; BILAC, 1916 apud BOLOGNINI & PAYER, 2005).

Interessante também é o silenciamento que recobre o assunto, uma vez que muito pouco, ou mesmo nada, se fala acerca daquela ação governamental tão bem inserida na política ditatorial getulista.

Em 1943, a Academia Brasileira de Letras (ABL) editou, com valor de lei, o Formulário Ortográfico da Língua Portuguesa, que trazia as regras ortográficas vigentes, bem como instruções para a organização do Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa (VOLP). Lembremos que o Formulário teve como base o Vocabulário Ortográfico da Academia de Ciências de Lisboa, de 1940, e foi alterado pela Lei no 5.765, de 1971.

Em 1959, um decreto traz à luz a Norma Gramatical Brasileira (NGB), que tinha como principal objetivo dar uma feição uniforme à diversificada terminologia empregada nas muitas gramáticas editadas à época.

Quanto ao ordenamento legal brasileiro estrito, em 1973, o Código de Processo Civil prescreve explicitamente que “em todos os atos e termos do processo é obrigatório o uso do vernáculo” (art. 156 da Lei no 5.869, deli de janeiro de 1973). E,em 1998,é editada a Lei Complementar n° 95, que contém instruções acerca da elaboração, redação, alteração e consolidação das leis.

Por sua vez, o Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa (VOLP) foi editado em 1981, e, de acordo com a ABL, contém a “forma oficial de escrever as palavras conforme o Formulário Ortográfico”. Contendo cerca de 350 mil verbetes, sua quarta edição saiu em 2004.

Em 1988, o Brasil assiste ao nascimento de sua oitava Carta Magna, que, pela primeira vez, qualifica o idioma oficial do País, como consta do seu art. 13, caput “A língua portuguesa é o idioma oficial da República Federativa do Brasil”. Também pela primeira vez, é reconhecido o direito, apenas para as comunidades indígenas, à ministração no ensino fundamental regular em suas línguas maternas, como segue:

Art. 210, §2°. O ensino fundamental regular será ministrado em língua portuguesa, assegurada às comunidades indígenas também a utilização de suas línguas maternas e processos próprios de aprendizagem.

(…)

Art. 231, caput. São reconhecidos aos índios sua organização social, costumes, línguas, crenças e tradições, e os direitos originários sobre as terras que tradicionalmente ocupam, competindo à União demarcá-las, proteger e fazer respeitar todos os seus bens.

É de suma importância registrar que, em 2002, o município amazonense de São Gabriel da Cachoeira, por meio da Lei Municipal n° 145, co-oficializou as línguas nheengatu, tukano, baniwa e português, tendo em vista a franca utilização pelos habitantes do lugar. A título de ilustração, veja-se o exemplo de propaganda política de um candidato local nas eleições de 1998 redigida em nheengatu (OLIVEIRA, 2001, p. 86).

Em 1998, o Ministério da Educação (MEC) adota os Parâmetros e Referenciais Curriculares Nacionais (PCN), cuja premissa norteadora de descrever conteúdos para os ensinos fundamental e médio foi além da construção de referências nacionais em educação e buscou respeitar as diversidades regionais, culturais e políticas existentes nas regiões do Brasil. Embora não tenham caráter obrigatório, os PCN foram estruturados com o objetivo de propiciar aos alunos os conhecimentos tidos como indispensáveis ao exercício da cidadania.

Quanto à linguagem empregada nos documentos oficiais, em 2002, vem à luz a segunda edição, revista e atualizada — a primeira havia saído em 1981 —, do Manual de Redação da Presidência da República, do qual destaco os trechos que seguem:

A transparência do sentido dos atos normativos, bem como sua inteligibilidade, são requisitos do próprio Estado de Direito: é inaceitável que um texto legal não seja entendido pelos cidadãos.

(…) Elas [as comunicações oficiais] devem sempre permitir uma única interpretação e ser estritamente impessoais e uniformes, o que exige o uso de certo nível de linguagem.

(…) Fica claro também que as comunicações oficiais são necessariamente uniformes, pois há sempre um único comunicador (o Serviço Público) e o receptor dessas comunicações ou é o próprio Serviço Público (no caso de expedientes dirigidos por um órgão a outro) ou o conjunto dos cidadãos ou instituições tratados de forma homogênea (o público). (p. 4)

(…) O mesmo [em referência ao uso de um padrão de linguagem] ocorre com os textos oficiais: por seu caráter impessoal, por sua finalidade de informar com o máximo de clareza e concisão, eles requerem o uso do padrão culto da língua. Há consenso de que o padrão culto é aquele em que a) se observam as regras da gramática formal, e b) se emprega um vocabulário comum ao conjunto dos usuários do idioma. É importante ressaltar que a obrigatoriedade do uso do padrão culto na redação oficial decorre do fato de que ele está acima das diferenças lexicais, morfológicas ou sintáticas regionais, dos modismos vocabulares, das idiossincrasias lingüísticas, permitindo, por essa razão, que se atinja a pretendida compreensão por todos os cidadãos. (p. 5, destaque no original).

(…) [Em referência a neologismos e estrangeirismos] A redação oficial não pode alhear-se dessas transformações, nem incorporá-las acriticamente. (…) De outro lado, não se concebe que, em nome de suposto purismo, a linguagem das comunicações oficiais fique imune às criações vocabulares ou a empréstimos de outras línguas. (p. 65)

Do Manual, cite-se também o Anexo 1 do Decreto no 4.176, de 2002, que relaciona as “Questões que devem ser analisadas na elaboração de atos normativos no âmbito do Poder Executivo”, especialmente a décima pergunta e uma de suas subdivisões:

10. O ato normativo corresponde às expectativas dos cidadãos e é inteligível para todos?

(…)

10.5. Podem os destinatários da norma entender o vocabulário utilizado, a organização e a extensão das frases e das disposições, a sistemática, a lógica e a abstração? (p. 91)

Aparentemente desconexo com o cerne deste artigo, mas compreensível em relação ao verdadeiro alcance dessas prescrições e preocupações legais, registro o seguinte questionamento: Será que a simples prevalência do discurso de unidade em torno da língua portuguesa faz com que o conjunto de cidadãos brasileiros realmente tenha acesso à Constituição Federal e à legislação infraconstitucional, e efetivamente compreenda o que elas registram? O fato de o registro dar-se de modo exclusivo em língua portuguesa automaticamente abre as portas para a compreensão?

III. Reconhecimento do plurilingüismo brasileiro

Após a longa tradição do ideal de unidade lingüística — postura que apenas camuflou a realidade (OLIVEIRA in CALVET, 2007) —, o Brasil vem dando importantes passos no reconhecimento da sua verdadeira condição lingüística, que é plurilíngüe.

Do ponto de vista acadêmico, importa registrar a elaboração da Enciclopédia das Línguas no Brasil (ELB), projeto em andamento (dados parciais já podem ser acessados via internet — http://www.labeurb.unicamp.br/elb/) e que é coordenado pelo Instituto de Estudos da Linguagem da Universidade de Campinas (Unicamp).
Voltemo-nos para o ordenamento legal em nível federal.

A Constituição Federal, editada em 1988, foi a primeira Carta Magna brasileira a reconhecer os direitos lingüísticos dos indígenas. Contudo, na medida em que explicitamente nomeou tal parcela da população, de modo inevitável excluiu os falantes das demais línguas existentes no território nacional, como as línguas dos imigrantes, as línguas crioulas e as línguas de sinais de comunidades surdas.
Em 1996, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) e, em 1999, os Referenciais Curriculares Indígenas (RCN/Indígenas) inscreveram a garantia do ensino bilíngüe para as comunidades indígenas, a autogestão indígena nas escolas específicas e o desenvolvimento de currículos e programas correspondentes às suas culturas.

No ano de 2006, a Comissão de Educação e Cultura da Câmara dos Deputados, em parceria com o Instituto de Investigação e Desenvolvimento em Política Lingüística (IPOL) e o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), realizou o Seminário Legislativo sobre a Criação do Livro de Registro de Línguas.

O evento discutiu a importância do registro dos idiomas falados no Brasil como patrimônio cultural imaterial, bem como a premência de políticas públicas direcionadas ao reconhecimento da diversidade lingüística brasileira, que se traduz, segundo o IPOL, em mais de dois milhões de pessoas que têm outra língua materna que não a portuguesa. Nas palavras de Pedro Garcez (2006), participante do Seminário: “Vejo o registro das línguas minoritárias brasileiras como primeiro passo na direção de tirar da clandestinidade simbólica esse patrimônio imaterial brasileiro, as diversas línguas que são formas de vida em muitas comunidades deste país”.

Ante a necessidade de estratégias para o alcance de tais objetivos, do Seminário resultou a criação do Grupo de Trabalho (GT) da Diversidade Lingüística.
Em dezembro de 2007, os resultados desse GT — que reúne várias instituições — foram apresentados na Audiência Pública sobre Diversidade Lingüística, realizada na Câmara Federal pelas mesmas entidades promotoras do Seminário.

O relatório do GT culminou na sugestão de duas principais ações: 1) a realização de um Inventário Nacional da Diversidade Lingüística[2], documento que permitirá o mapeamento das mais de duzentas línguas faladas em território brasileiro, a fim de que se ofereça suporte à criação de políticas públicas voltadas para a preservação de cada uma delas e para o respeito aos direitos dos falantes; 2) a elaboração de emenda à Constituição Federal que efetivamente reconheça o plurilingüismo brasileiro, mediante a inclusão de todas as línguas faladas no território nacional.

Para dar início ao Inventário — que deverá passar a existir oficialmente por meio de decreto presidencial —, a estratégia é realizar projetos- piloto em seis comunidades, sendo duas de línguas indígenas, uma de imigrantes, uma de afro-brasileiros, uma de língua crioula e uma de língua de sinais. Por outro lado, importante entidade que integra o GT, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) declarou que, no Censo de 2010, serão incluídas categorias que permitam o recolhimento de dados acerca das línguas e variações lingüísticas existentes no país.

Por fim, podemos encaixar o movimento brasileiro em torno de sua diversidade lingüística em um espectro ampliado, como parte de um projeto em nível internacional, se considerarmos algumas ações que merecem destaque, uma vez que o Brasil é delas signatário. Trata-se, primeiro, da Declaração Universal sobre a Diversidade Cultural, da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), de 2001, em que se reconhece a diversidade como patrimônio comum da humanidade, garantidor da interação harmoniosa entre as pessoas e culturas, bem como do desenvolvimento em sentido amplo.

A segunda ação refere-se à Convenção para a Salvaguarda do Patrimônio Cultural Imaterial, também da Unesco, de 2003, que explicitamente reconhece a tradição e a expressão oral, aí incluído o idioma, como veículos desse patrimônio.

Por fim, ainda em tramitação na Organização das Nações Unidas (ONU), mesmo tendo sido proclamada em 1996 — portanto, antes das duas Declarações citadas —, faz-se mister registrar a existência da Declaração Universal dos Direitos Lingüísticos (OLIVEIRA, 2003), que reconhece as perspectivas política, cultural e econômica para o respeito e o desenvolvimento de todas as línguas, que, por sua vez, não devem responder a julgamentos ou a classificações arbitrárias.

Concluindo…

Como bem apontou Celso Cunha, “cumpre-nos, pois, estudar a realidade presente, não só por ela mesma, nem apenas para dela partirmos em busca de uma reconstrução do passado, mas principalmente, para com ela orientarmos, planejarmos o nosso futuro” (1985, p. 87).

A história de um país não é construída apenas por fatos. A linguagem desempenha papel crucial em todo o processo, ainda que a ela venham-se direcionando, primordialmente, posturas prescritivistas e inculcadoras de preconceitos, que, por sua vez, não resistem a argumentos científicos (BAGNO, 2001b).

O português não é língua materna para, estima-se pelo menos, dois milhões de brasileiros. Isso não pode ser simplesmente desconsiderado, pois tal postura tem-se traduzido em resultados negativos no que se refere às políticas públicas de educação.

De fato, a diversidade lingüística deve ser celebrada e não combatida como se representasse um mal. Nem mesmo deve-se apelar para a indiferença, pois, no dizer de Orlandi (2007, p. 8), “que unidade se constrói ignorando a diversidade que constitui um mesmo campo lingüístico?”

“A padronização dos comportamentos lingüísticos”, conclui Corbeil (2001), “é parte integrante da organização social, independentemente da descrição ou da interpretação que podem fazer dela os observadores, antropólogos, sociólogos ou lingüistas”. Embora verdadeira a afirmação, não podemos compactuar com a postura padronizadora se ela é empregada, ainda que não explicitamente, como justificativa para a exclusão, para a discriminação.

Na verdade, sob o pretexto do cumprimento da vontade de todos, o discurso avaliativo-prescritivo das classes dominantes abriga propósitos de unificação a qualquer custo, o que abre espaço para os puristas, cuja postura não está isenta de críticas, tendo em vista que, como modelo unitário e permanente, fortemente seletivo, ignora o conhecimento científico e recusa a realidade do uso, pois encontra-se ancorado no apagamento das implicações sociais dos julgamentos.

Por outro lado, rechaçar qualquer forma de normatização pode ser interpretado como a adoção do “vale-tudo” por parte dos lingüistas, o que não corresponde à verdade, pois os pesquisadores envolvidos com a linguagem postulam o acompanhamento da construção da norma mediante análise científica e compreensão da atividade normativa como uma prática social e não como uma atitude com um fim em si mesma (REY, 2001, p. 135; BAGNO, 2003, p. 156). Além disso, considerando que a política se traduz na “arte do possível”, ao nos voltarmos para a política lingüística, tal afirmação apenas evidencia o fundamental papel a ser desempenhado pelo lingüista (CALVET, 2007, p. 86).

Por isso, muito mais do que visar a meros objetivos de integração, oferecer como que uma “autonomia lingüística” aos falantes brasileiros de línguas não-oficiais terá resultados vigorosos na manutenção e preservação da cultura de cada uma delas, aliás, como bem prescreveu a LDB em relação aos indígenas:

Art. 78. O Sistema de Ensino da União, com a colaboração das agências federais de fomento à cultura e de assistência aos índios, desenvolverá programas integrados de ensino e pesquisas, para oferta de educação escolar bilíngüe e intercultural aos povos indígenas, com os seguintes objetivos:

I— proporcionar aos índios, suas comunidades e povos, a recuperação de suas memórias históricas; a reafirmação de suas identidades étnicas; a valorização de suas línguas e ciências;
II — garantir aos índios, suas comunidades e povos, o acesso às informações, conhecimentos técnicos e científicos da sociedade nacional e demais sociedades indígenas e não-índias.

Para Calvet (2007, p. 69), são dois os tipos de gestão das situações lingüísticas. A que procede das práticas sociais (in vivo, dos falantes) e a resultante da intervenção sobre essas práticas (in vitro, do poder). Pensando no Brasil, o que se deve estabelecer é a valorização das práticas sociais, que evidentemente englobam as práticas lingüísticas, e não apenas tê-las como alvo de legislação segregadora.

No dizer de Barbaud (2001, p. 277), como caminhos para a reconciliação entre a língua do Estado e o estado da língua (definições tratadas na parte introdutória deste artigo), apontam-se: a atenuação das tensões experimentadas pelo falante-cidadão; a avaliação do real alcance tanto do poder de alienação quanto do de libertação da língua do Estado, considerado o estado da língua; e, por último, o enfrentamento da realidade lingüística do mundo moderno.

Em suma, quando a sociedade brasileira pára com o objetivo de celebrar as duas décadas de vigência de sua Carta Magna, analisando-lhe o impacto sobre o destino dos cidadãos, no que respeita ao tema deste artigo, importa reconhecer o caráter plurilíngüe da nação e mudar o texto da Constituição Federal, incluindo todas as comunidades que não têm o português como língua materna.

É preciso provocar a adoção de políticas públicas, nas três esferas governamentais, que contemplem a realidade lingüística brasileira, sob pena de, em caso contrário, continuar-se excluindo exatamente aqueles a quem a “Constituição Cidadã” propôs-se amparar: “Dos filhos deste solo, és mãe gentil, Pátria amada, Brasil!”

Referências

BAGNO, M. (Org.) Norma lingüística. São Paulo: Loyola, 2001a.
________. Preconceito lingüístico. São Paulo: Loyola, 2001b.
________. Língua, história & sociedade. In: BAGNO, M. (Org.) Lingüística da norma. São Paulo: Loyola, 2002, p. 179-199.
________. A norma oculta: língua & poder na sociedade brasileira. São Paulo: Parábola Ed., 2003.
BARBAUD, P. A língua do Estado: o estado da língua. In: BAGNO, M. (Org.) Norma lingüística. São Paulo: Loyola, 2001, p. 255-278.
BOLOGNINI, Carmen Zink; PAYER, Maria Onice. Línguas de imigrantes. Cienc. Cult., São Paulo, v. 57, n. 2, 2005. Disponível em: . Acesso em: 29 mar. 2008.
CALVET, L-J. As políticas lingüísticas. São Paulo: Parábola Ed.; IPOL, 2007.
CORBEIL, J. Elementos de uma teoria da regulação lingüística. In: BAGNO, M. (Org.) Norma lingüística. São Paulo: Loyola, 2001, p. 175-201.
CUNHA, C. A questão da norma culta brasileira. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 1985.
GARCEZ, P. M. O registro das línguas brasileiras como formas de vida e patrimônio cultural do Brasil. Disponível em: . Acesso em: 31 mar. 2008.
HAUGEN, E. Dialeto, língua, nação. In: BAGNO, M. (Org.) Norma lingüística. São Paulo: Loyola, 2001, p. 97-114.
LESSA, A. L. S. A situação da língua geral na Amazônia no período pombalino: uma análise preliminar. Disponível em: Acesso em 10 abr. 2008.
OLIVEIRA, G. M. (Org.). Declaração Universal dos Direitos Lingüísticos: novas perspectivas em política lingüística. Campinas: Mercado de Letras; ALB; Florianópolis: IPOL, 2003.
________. Brasileiro fala português: monolingüismo e preconceito lingüístico. In: SILVA, F. L.; MOURA, H. M. M. (Orgs.). O direito à fala: a questão do preconceito lingüístico. Florianópolis: Insular, 2001, p. 83-92.
ORLANDI, E. P. (Org.). Política lingüística no Brasil. Campinas: Pontes, 2007.
REY, A. Usos, julgamentos e prescrições lingüísticas. In: BAGNO, M. (Org.). Norma lingüística. São Paulo: Loyola, 2001, p. 115-144.
TROUCHE, L. M. G. O Marquês de Pombal e a implantação da língua portuguesa no Brasil: reflexões sobre a proposta do Diretório de 1757. Disponível em: . Acesso em: 4 abr.2008.

Sites pesquisados:

htrp://www.planalto.gov.br/ccivil/LEIS/L9394.htm. Acesso em: 30 mar. 2008.
http://wwwacademia.org.br. Acesso em: 4 abr. 2008.
http://www.ipol.org.br. Acesso em: 7 abr. 2008.
http://www.mec.gov.br. Acesso em: 4 abr. 2008.
http://www.labeurb.unicamp.br/elb/. Acesso em: 1 abr. 2008.
http://www.unesco.org.br. Acesso em 12 abr. 2008.

Notas:

[1] A interrogação se justifica porque o Brasil nunca foi monolíngüe de fato.
[2] O próximo passo nesse processo será a criação do Livro de Registro das Línguas.

FONTE DESTE TRABALHO:
http://www.letras.ufscar.br/linguasagem/edicao11/artigos_13.php

-Paul Beppler / Riograndenser Hunsrückisch Community Admin.
30. Juli, 2014
Seattle, WA – USA.

Screen Shot 2014-01-29 at 12.07.28 AM