O programa radiofônico em alemão dialetal Riograndenser Hunsrückisch AHAI completa seus cinco anos de existência – Escute ele pela internet… ou, melhor ainda, pense em termos de manutenção do espírito comunitário e preservação da diversidade linguística do país e peça à sua estação de rádio local para que entrem em contato com o jornalista Silvio Aloysio Rockenbach para que a programação AHAI passe a ser retransmitida regularmente em sua rádio como já o fazem muitas estações por todo o sul do Brasil onde vivem falantes do Riograndenser Hunsrückisch.
Você não precisa ser de qualquer uma das várias etnias que fazem parte histórica da teutofonia – muita gente não sabe mas nunca existiu uma unidade étnica formando o corpo de falantes de alemão na Europa; ora, e muito menos no Brasil. Então, logicamente qualquer um pode adotar este dialeto riograndense como seu… aliás vários personagens tradicionalmente reconhecidos como falantes do Hunsrückisch no sul do Brasil nem tinham sobrenomes origem germânica mas sim de origem francesa ou italiana. Infelizmente o Brasil tem um forte histórico racializador, tendo mantido escravos baseados na sua cor de pele e origem africana por quase quatro centos anos… O Riograndenser Hunsrückisch (Hunsriqueano Riograndense) é um dialeto alemão que surgiu natural- e organicamente como resultado dos processos históricos de construção do Brasil… e assim, ele logo irá completar duzentos anos de existência. Portanto, ele não é uma minoria linguística alienígena, nem um “cisto” ou “câncer cultural” ou outros pejorativos sem fundamento a ele atribuídos por nacionalistas extremistas no passado, mas ele sim pertence a todos nós – sim o Brasil tem a sua própria língua alemã, abandonada, calejada sim, mas morta não, nem de perto… Atualmente não é possível estimar com certeza o número de falantes mas dependendo de como se calculam os números, no Rio Grande do Sul, onde está concentrada a maior população de falantes da América do Sul, pelo menos um quarto da população tem algum nível de fluência nesta língua. Lembremos também que crianças bilíngues aprendem um terceiro, ou um quarto idioma de qualquer raiz linguística com muito maior facilidade.